A força que vem do interior
A força que vem do interior
Desde a criação da lei 9.656/98 que passou a regulamentar os planos de saúde e a posterior criação da ANS no ano 2000, o número de operadoras no Brasil vem caindo sistematicamente.
Há 15 anos, havia cerca de 1.200 operadoras no Brasil. Hoje falamos em torno de 700 empresas. Essa queda se deu por aquisições e fusões que ocorreram nesse período, além de liquidações efetuadas pela ANS por problemas fiscais ou operacionais.
Mais do que a organização de um setor cada vez mais complexo e difícil de se manter do ponto de vista econômico, esse movimento também representa a concentração dos beneficiários nas grandes operadoras.
Estudos apontam que em pouco tempo os beneficiários das grandes metrópoles estarão concentrados em sua grande maioria em 5 a 10 operadoras, que monopolizarão o mercado dentro de seu movimento de aquisições.
Mais recentemente outro componente vem contribuindo para o movimento das carteiras das operadoras: a aquisição de hospitais. Se hoje as carteiras ou as operadoras propriamente ditas não atraem os grandes players no jogo de aquisições, onde preferem aguardar que os próprios problemas que as pequenas empresas enfrentam com a ANS as coloquem a disposição de seus anseios, os hospitais são disputados por grandes grupos e muitas vezes tem operadoras atreladas à eles, levando-as junto nos negócios, ou tornando-as inviáveis sem o apoio de sua rede própria.
Na contramão desse cenário, existe um mercado interessante que se concentra no interior dos estados. Nessas regiões podemos encontrar operadoras regionais, como as Unimeds, que atuam em uma cidade ou grupo de municípios, muitas vezes com seus hospitais próprios ou atuando em parceria com as Santas Casas de suas regiões.
Essas empresas costumam não atrair o olhar das grandes corporações do setor, quer por atuarem em regiões com baixa concentração populacional, que não permite grandes crescimentos, como essas companhias estão habituadas, quer por atuarem em regiões com bastante particularidades que requerem um conhecimento do local ou até mesmo um certo “bairrismo” para se manter.
Não importa o motivo, mas o fato é que no interior existe uma força se formando que, com união, poderá resistir a todo ímpeto de aquisições e diminuir o risco de um mercado monopolizado por poucas operadoras que é bastante ruim para o consumidor em geral.