Atenção primária à saúde. Mais saúde e melhor relação custo-benefício!
Atenção primária à saúde. Mais saúde e melhor relação custo-benefício!
Atenção primária à saúde é sem dúvida uma abordagem eficaz e eficiente para melhorar a saúde física e mental das pessoas com a melhor relação custo-benefício.
Basta observarmos nas agendas de eventos, congressos e seminários, que invariavelmente iremos perceber que a atenção primária estará sempre no topo dos debates da melhoria e do aperfeiçoamento da saúde suplementar, e ainda, com destaque na gestão do custo assistencial.
Eu defendo uma tese sobre esse tema que distingue de algum modo daquilo que vejo com alguma frequência ser debatido. Não vou entrar aqui na narrativa da saúde da família que é a meu ver um modelo de universalidade de acesso aplicado no setor público, que é um cenário antagônico ao setor privado.
Na minha visão, a saúde suplementar é a contratualização de serviços entre a operadora e o beneficiário, e é em cima do que é contratualizado que se faz necessário organizar o acesso aos serviços contratados e organizar o modelo de governança a ser adotado para controlar custos.
Portanto, enxergo aqui o seguinte: na saúde suplementar não se aplica o princípio da medicina da família concentrada no clínico geral, na saúde suplementar é necessário levar em conta a atenção primária como referência, onde o primeiro nível dessa ordenação segundo vários especialistas, está relacionado a mais de 70% dos problemas mais constantes de uma carteira de beneficiários de um plano de saúde. Todavia, não está relacionado exclusivamente a clínica médica como referência, está relacionado as clínicas que concebem a atenção primária, ou seja, a clínica médica, a clínica médica pediátrica, a clínica médica obstétrica, a clínica médica ginecológica e a clínica médica cirúrgica geral.
Logo, se a operadora de fato pretender fazer um processo de porta de entrada dirigida, ou simplesmente de porta de entrada, ela precisará resgatar a estrutura da policlínica como referência de acesso, esse é o primeiro questionamento, o segundo, diz respeito aos eventos agudos e crônicos, e aqui entra uma questão que julgo ser muitíssimo importante, e que tenho insistido bastante nessa tese: a gestão assistencial só se tornará eficaz se for trabalhada de forma preditiva, através de um prontuário preditivo de agravos bem organizado, porque é através dele que será possível identificar os fatores de risco da carteira, como por exemplo, classificar os beneficiários que já estão em uso, especialmente na área hospitalar, e também aqueles que estão com fatores de risco presente e de média complexidade.
Mas ainda existe uma outra questão que precisa ser bem trabalhada, trata-se da constante conexão com o beneficiário. Normalmente, o que tenho visto, é o beneficiário ficar no radar de uma operadora ou de uma administradora de benefícios apenas quando ele é procurado para fazer adesão ao plano de saúde.
A partir do momento que ele faz a adesão ao plano, não mais se conversa com ele, e o próximo contato apenas ocorre quando ele acessar a rede para buscar alguma utilização. Isso dificulta em muito, trabalhar os fatores de risco que não aparecem na declaração de saúde.
A conexão com o beneficiário deve ser feita de forma regular, porque fica mais fácil de se obter informações de natureza pessoal sensível, e ao mesmo tempo, garantir para ele a confidencialidade da informação nos termos da LGPD.
Observe, que a atenção primária à saúde além de ser uma abordagem eficaz para melhorar a saúde física e mental das pessoas, é também, um forte mecanismo de controle dos custos assistenciais.
Estudos mostram que, a atenção primária tem relação direta com a gestão equilibrada dos custos assistências e que não tem nada a ver com o modelo associativo da operadora, quer ela atue de forma horizontal ou vertical, tem a ver com as ferramentas que a operadora se utiliza para fazer a gestão da sinistralidade.
Tem a ver com a forma que os eventos são classificados, ou melhor dizendo, com o detalhamento das predominâncias, frequências etc.
A atenção primária à saúde é uma das soluções para a sustentabilidade da saúde suplementar, porque garante o acesso, a qualidade assistencial e a adequação dos custos.
A atenção primária deve encarada pelas operadoras como uma prioridade para reduzir o desperdício de recursos em casos que demandam apenas um atendimento de atenção básica.
Investir na atenção primária é investir na sustentabilidade da saúde suplementar. Pense nisso!!!