Foco no Problema!
Foco no Problema!
Quando pensamos em desenvolvimento de produtos ou até mesmo quando nos são trazidas necessidades de nossos clientes ou negócio é muito comum que nosso primeiro instinto seja de bate pronto focar na solução. Apesar disso nos remeter a sensação de velocidade e capacidade de resolução, a abordagem não é a melhor prática e pode não nos levar à melhor solução.
Com a abordagem do Design Thinking o processo da busca da solução se inicia no entendimento real do problema. Isso é muito importante pois coloca as necessidades do cliente no centro da questão, tirando o foco do produto.
Esse conceito é creditado a David Kelley e Tim Brown, fundadores da empresa de consultoria em inovação IDEO, que criaram o Design Thinking no início da década de 90. Eles passaram a resolver os problemas de seus clientes por meio de projetos que trabalhavam o olhar, a criatividade, a curiosidade e o aprendizado para gerar soluções.
Pilares
O Design Thinking se fundamenta em três pilares básicos: empatia, colaboração e experimentação.
A empatia nos coloca no lugar do cliente, sinta suas dores e entenda seu contexto de forma plena, fazendo com que as soluções que sejam encontradas estejam realmente alinhadas à sua realidade.
A colaboração fomenta a diversidade. Por meio dela exercitamos o falar e o ouvir. Também valorizamos a soma dos olhares sobre o problema por mais de uma perspectiva, enriquecendo e aprofundando a discussão e o entendimento.
A experimentação nos permite testar hipóteses, errar e aprender com os erros, de forma rápida e colhendo impressões. Por ela achamos o caminho para o sucesso, otimizando recursos e mitigando os riscos.
Etapas
Para que o processo do Design Thinking aconteça é preciso seguir sete etapas que vão desde o entendimento do problema até a fase de testes da solução e retorno à etapa de desenvolvimento implementando melhorias até chegar ao produto final. São elas:
Entendimento
É o momento onde toma-se o primeiro contato com o contexto onde os problemas ocorrem e se inicia o levantamento de informações sobre ele. Nesse momento as pessoas se desapegam de ideias pré-concebidas e se focam em fatos concretos. É também o momento de gerar empatia com o cliente.
Observação
Nessa etapa as pessoas que estão participando do processo utilizam técnicas para identificar os problemas que estão inseridos no contexto. Entender as dores do cliente e o quanto elas afetam o seu dia a dia. Nessa etapa também são identificados os perfis das pessoas que estão inseridas nesse contexto e que sofrem com esses problemas.
Ponto de Vista
Nesse momento as informações colhidas na fase anterior são compartilhadas com o time. É o momento em que a colaboração se torna mais intensa, promovendo olhares diferentes sobre os mesmos problemas e contexto, e em que se começa a definir os problemas que deverão ser sanados.
Ideação
Nesse momento, com os problemas devidamente identificados e priorizados, passamos a fase de cogitar as possíveis soluções para eles. Nesse momento é importante que todos se sintam à vontade para expor suas ideias, sem nenhum tipo de censura ou julgamento, para encorajar a criação.
Prototipagem
Nesse momento, depois de decidida a melhor solução ao problema, entramos no momento de dar vida à ela. Nesse momento são criadas versões de testes usando o modelo mais adequado ao tipo de solução identificada de modo que seja possível aplicá-la em testes com os potenciais clientes, com uma experiência mais próxima possível da realidade, com o foco de validar a ideia e a solução. É importante que nessa fase estejam bem mapeadas as respostas que se espera obter a partir desse protótipo.
Teste
Com o protótipo pronto, esse é o momento de realizar os testes com ele. Nessa etapa não se pode ter apego a ideias. Ao aplicar esses testes com os clientes muitas coisas que consideramos verdadeiras mostram-se erradas e não se deve ter apego a eles. Se for preciso, volta-se ao protótipo e define-se novos rumos ou pontos de melhoria. É um momento de aprendizado para identificar oportunidades não trabalhadas no projeto.
Iteração
Toda a informação colhida na etapa de testes agora deve ser processada. Nessa fase é identificado o que fica, o que sai e o que precisa ser implementado. Sempre que necessário pode-se (e deve-se!) voltar a alguma etapa, aproveitar o melhor entendimento, e ajustar o projeto. Nada deve ser engessado!
Conclusão
Quando mudamos o paradigma e começamos a observar o projeto sobre o contexto do problema as chances de sucesso são muito maiores. Desenvolver a empatia com quem irá usar a solução, sentindo sua dor, é muito importante para que o projeto seja focado no cliente.
Para isso o Design Thinking nos oferece uma gama de ferramentas que auxiliam em toda essa jornada de conhecimento e ideação.