Médico de família
Médico de família
O conceito de médico de família vem ganhando força dentro das operadoras de saúde, que já começam a adotá-lo na prática. No SUS, o mesmo princípio ocorre desde 1994 por meio da Atenção Primária (APS). A ideia é simples mas mostra-se bastante eficaz. Um médico generalista cuida do paciente durante sua vida no sistema de saúde, acompanhando todos os seus eventos e, quando necessário, encaminhando-o para algum especialista.
Dessa forma, evita-se que o paciente perca tempo (e obviamente dinheiro da operadora) passando em diversos especialistas para descobrir o real problema que ele tem. Como exemplo dessa economia, podemos usar um homem na faixa etária dos 60 anos de idade, com dores nas pernas. Ele pode procurar um vascular, para investigar varizes, ou um ortopedista, para questões relacionadas a estrutura óssea, músculos e articulações. O papel do médico de família, nesse caso, é através da investigação clínica, analisando a anamnese e a história do paciente, atuar sobre a causa mais provável ao invés de investigar sob a ótica de uma possibilidade, como o especialista faria.
Outro ponto importante no papel do médico de família e coordenar e conhecer todos os tratamentos que o paciente realiza e como uma posologia pode influenciar outra. Não raro, pacientes deixam de comunicar a um especialista medicamentos e tratamentos que estejam realizando com outro médico por achar que os assuntos não são relacionados. Nesse caso corre-se o risco de uma superdosagem de medicamento ou um tratamento anular o outro.
Estudos realizados na década de 90 comprovaram que a gestão do paciente por um médico generalista reduz os riscos de internações e melhoram os custos com os tratamentos. Nesse caso a redução de custos atinge não só a operadora como também o paciente que passa a ter uma prescrição única e alinhada com todos os problemas que apresenta, otimizando a medicação e os tratamentos. A relação de confiança que se desenvolve entre o médico de família e o paciente também é um ponto positivo, pois o deixa mais seguro do sucesso do tratamento.
Além disso, o médico de família olha para o paciente sobre o contexto do indivíduo e não sobre a ótica da doença. Como ele acompanha a pessoa ao longo do tempo, com o passar dos anos passa a entende-lo como indivíduo e consegue relacionar patologias a questões comportamentais e até mesmo psicológicas, podendo conduzir a queixa de outra forma mais eficaz e menos custosa para todos os envolvidos.
Essa é uma tendência que vem sendo adotada em muitos países da Europa e que se for bem aproveitada no Brasil, pode ajudar as operadoras a melhorar seus resultados, tanto na atenção à saúde quanto financeiros.